Relatoria - 1ª. Reunião de Coordenação da Biblioteca Virtual em Saúde Brasil
Painel IV - Trabalho Cooperativo
Avaliação e expectativas
O último painel da Reunião de Coordenação da BVS
abordou uma análise do trabalho cooperativo no modelo da Biblioteca Virtual
em Saúde e as expectativas em relação aos comitês
de cada BVS.
Verônica Abdala, coordenadora da unidade de Serviços Cooperativos
de Informação (SCI) da BIREME, descreveu as etapas de um acordo
de cooperação para BVS:
Os participantes do acordo devem assumir diferentes níveis de participação
em atividades cooperativas e integradas;
A participação meramente nominativa não acrescenta valor
à BVS. É preciso que a participação seja colaborativa;
Para o desenvolvimento das fontes de informação da BVS o trabalho
de cooperação é fundamental. "Deve haver um constante
trabalho de motivação para vencermos os desafios", alertou
Verônica.
Dentro do sistema de cooperação da BVS cada país deve
eleger suas fontes de informação (hoje são 37 países
participantes) e formar a rede de comunicação que se intersecciona
pela BVS. Cada Unidade Cooperante da BVS nos países pode participar também
em áreas temáticas com temas específicos. Atualmente existem
cerca de 200 unidades centros cooperantes da BVS e 414 unidades participantes
da Rede Brasileira de Informação em Saúde.
É responsabilidade dos centros cooperantes alimentar as diferentes fontes
de informação da BVS: bases de dados bigliográficas, diretórios,
publicações eletrônicas, Localizador de Informação
em Saúde (LIS); o controle bibliográfico da produção
científica em saúde (LILACS) e garantir o acesso ao documento,
além de promover o uso da BVS com ações de capacitação
do usuário, marketing e divulgação.
Já as Unidades Participantes devem promover o uso da informação
através da BVS a seus pares.
Acordos
Verônica também lembrou a importância do Comitê Consultivo,
que tem, entre outras atribuições, a coordenação
e liderança do trabalho cooperativo, capacitação dos centros
e distribuição de responsabilidades num processo descentralizado.
"Cada site nacional e/ou temático da BVS deve ter um Comitê
Consultivo que executa a atividade de coordenação. A BIREME é
o Centro Coordenador da Rede e da BVS Brasil e um Comitê Consultivo mais
amplo deve ser formalizado no próximo ano", esclareceu.
Outro aspecto de extrema importância na concepção da Biblioteca
Virtual é a formalização de convênios, acordos e
protocolos de cooperação. Dessa forma, a manutenção
da BVS passa a ser responsabilidade de instituições e não
somente de profissionais. Esse procedimento mantém a continuidade e a
responsabilidade do trabalho cooperativo para o desenvolvimento da BVS. "Estamos
revendo acordos para que eles continuem flexíveis, mas mantenham a responsabilidade
dos centros", informou Verônica.
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O futuro índice
A base de dados Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da
Saúde (LILACS) é alimentada atualmente por 37 países. Ela
contém 302.478 registros (out.2002), 637 revistas indexadas (390 publicadas
na América Latina e Caribe e 247 no Brasil). Esses dados são frutos
do trabalho de 473 instituições (90 delas no Brasil). Ainda assim,
a LILACS não pode produzir um índice de produção
científica da região.
"Ainda temos metas a superar", explanou Elenice de Castro, coordenadora
da unidade de Desenvolvimento de Fontes de Informação (DFI), da
BIREME.
Segundo sua apresentação, se faz necessário eliminar o
intervalo entre a publicação do artigo e entrada de dados na base;
ampliar a identificação institucional dos autores; promover a
qualidade na indexação e ampliar e atualizar a metodologia para
abrigar outros elementos como legislação e dados referenciais.
Os produtores e provedores por sua vez, precisam observar a periodicidade regular
das publicações e estabelecer padrões de qualidade claros.
"Os usuários podem reconhecer a relevância e pertinência
da base de dados, considerando a BVS como a sua referência e a LILACS
como índice para referenciar esse trabalho", comentou Elenice.
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Redução cooperativa
A segunda parte a apresentação da Coordenadora do DFI trouxe
dados alarmantes. Analisando graficamente a contribuição brasileira
para a atualização da base de dados LILACS, verifica-se uma sensível
redução de atualizações. No total, os números
de registros de 2002 (6.897) se compara ao obtido em 1998 (7.363). Um número
muito abaixo do resultado de 2000 (9.581) e 2001 (9.051).
O Brasil tem grande responsabilidade nessa queda. Se em 2001 o País
foi responsável por 47% dos dados atualizados LILACS, neste ano, o percentual
caiu para 17,6%. "É preciso rever e verificar o que está
acontecendo", comentou Elenice.
Para 2003, as metas são identificar as falhas de indexação
que ainda existem, organizar estratégias para solucionar esse problemas
e estabelecer programas de capacitação de usuários.
Além disso, pretende-se desenvolver ações de divulgação
dos critérios de seleção da base de dados LILACS junto
aos editores de revistas científicas. "O grande desafio para os
próximo anos é melhorar o controle de qualidade e atualidade da
LILACS", completou Elenice. Só assim, será possível
transformá-la num índice gerador de indicadores de conhecimento
científico.
Descritores
A própria Elenice mostrou, na palestra seguinte, que o vocabulário
Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) já conta com mais
de 25 mil termos oficiais e 65 mil sinônimos em espanhol, português
e inglês. "Parece muito, mas podemos mais. Não temos recebido
muitas sugestões dos centros de cooperação. Devemos trabalhar
para ampliar esse campo terminológico", afirmou.
Para 2003, está previsto um aumento significativo na terminologia.
Serão acrescentados 160 novos descritores em direito sanitário.
Além disso, há dois projetos em andamento: um com
a Vigilância Sanitária (Anvisa) e outro com a Biblioteca
de Manguinhos (Fundação Oswaldo Cruz) para a inclusão
de cinco mil termos em doenças infecciosas e parasitárias.
"Também destaco a revisão de 1.800 termos de
homeopatia, a revisão integral da área de saúde
pública e os 1.250 novos descritores (grande parte sobre
plantas) vindas do México", descreveu Elenice.
O DeCS está sendo adaptado também, pelo trabalho em conjunto
com a Biblioteca Nacional da Espanha, para o castelhano.
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Metodologia SciELO
A Scientific Electronic Library Online (SciELO) desponta como um importante
modelo de publicação eletrônica de periódicos científicos
na Internet. Fabiana Ramos Montanari, da unidade SciELO da BIREME, explicou
aos participantes da Reunião os principais conceitos da metodologia.
"O SciELO tem como objetivo específico o desenvolvimento de uma
metodologia para a preparação, armazenamento, disseminação
e avaliação das publicações científicas eletrônicas,
por meio de recursos avançados de tecnologias de informação",
descreveu.
Ela mostrou claramente os critérios usados para inclusão e manutenção
de um periódico na base de dados SciELO.
No momento a metodologia cuida da organização de bases de dados
bibliográficas e de texto completo, preservação de arquivos
eletrônicos. Com a ampliação da sua base, será possível
a produção de indicadores estatísticos de uso e de impacto
da literatura científica.
Atualmente o SciELO opera com a seguinte base:
Coleção |
Início |
10/2002 |
12/2002 |
SciELO Brasil |
10 (1998) |
91 |
91-100 |
SciELO Chile |
6 (1999) |
32 |
32-45 |
SciELO Cuba |
5 (2001) |
5 |
5-7 |
SciELO Saúde Pública |
5 (2000) |
7 |
7-11 |
Total |
26 |
135 |
135-163 |
"Nos próximos quatro anos espera-se que o SciELO reflita o uso
e impacto da revistas da América Latina, Caribe e Península Ibérica",
projetou Fabiana.
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